segunda-feira, 23 de abril de 2012

TAC - susto de morte

Ontem, passei pelo maior susto, até agora, com a minha feijoca S.
Quando cheguei da maldita Assembleia Geral do Infantário, encontrei a minha princesa completamente prostrada, sem forças, a querer dormir. Tinha estado a vomitar e tinha caído da cama. Na minha presença vomitou mais três vezes. Todos os sintomas apontavam para traumatismo craniano. Telefonei para a saúde 24, só mesmo para confirmar que não a podia deixar dormir e, para mal dos meus pecados (e confirmação do que digo sempre), não tinha aqui o carro com as cadeiras. Tive que mandar o pai vir a correr do estádio da luz e aquela meia hora foi torturante.
Fomos para o hospital.
Quatro piscas.
Sinais de luzes.
Demorámos uns cinco minutos a chegar.
19h40.
Inscrição.
Alerta para o fax da saúde 24.
Em dois minutos foi chamada.
Vomitou bílis na triagem, após a consulta a média considerou que era melhor fazer uma TAC, ou seja, a coisa era séria (sim, já é a segunda vez que vou para o hospital com ela por suspeita de traumatismo craniano), e desde o início senti que, desta vez, a situação era mais grave.
Pelas características deste exame ela teve que ser sedada. Estupidamente, tentaram a sedação via oral, estupidamente, porque em poucos minutos ela vomitou tudo. Ainda tentámos fazer o exame sem sedação, o que se revelou impossível, porque por mais sonolenta que ela estivesse, após os quilómetros que fizemos desde o consultório até à sala do exame, e depois dela ver aquele aparato todo, ninguém a fazia parar. Voltámos a percorrer os quilómetros para as urgências.
Esperámos.
Ela cheia de sede e eu sem lhe poder dar água.
Desesperámos.
Ela sedenta.
Nova decisão - sedação via nasal.
Alertei a médica de que o melhor seria irmos para o local do exame antes de dar a sedação, porque o caminho até lá só a fazia acordar. Mais meia hora de reflexão, até que a médica me disse que íamos fazer como eu tinha dito e que desta vez e S. iria deitada na maca. Quando lá chegou estava quase a dormir. Sedá-mo-la. Daí a poucos minutos, olhei para a minha filha e vi, numa criança de dois anos e meio, um sorriso de alguém completamente pedrado. Mesmo assim, sabia que, seria necessário ela adormecer, caso contrário, assim que ela visse a máquina do exame, o pranto iria recomeçar.
Ela nunca adormeceu.
Fez-se o exame.
Ela mexeu-se.
Repetição.
Fim do exame.
Caras pouco convictas da fiabilidade da TAC realizada.
Voltámos ao ponto de partida.
Esperámos pelo resultado do exame.
Desesperámos pelo resultado do exame.
Ela sedenta e faminta.
Começaram os gritos, choro, "trepadora" a implorar água.
Sinal verde para a água, mas apenas uma colher de 5 em 5 minutos.
Ainda foi pior.
Ela sabia que eu, afinal, até tinha água e que não lhe estava a permitir que bebesse.
Médica-chefe veio ver o que se passava. Pediu-me para ir um pouco para a sala de espera, para ver se ela se acalmava (não se esqueceu de lembrar que existiam ali outros meninos que precisavam de descansar e que ela os estava a perturbar. Eu sabia disso, eu percebia isso, mas eu também já percebi que ninguém cala a S. quando ela está neste ponto).
Saímos.
Voltámos.
Saímos.
Voltámos.
O resultado tinha chegado. Aparentemente não tinha sido detetado traumatismo, embora algumas imagens da TAC não estivessem percetíveis. Foi-me dado um documento com orientações para os casos de traumatismos cranianos e o alerta para se alguma coisa acontecesse, ir imediatamente para lá.
Só acalmou, para voltar a ficar perturbada, quando chegámos ao carro e começou a perguntar pela irmã. "A I.?" disse ela inúmeras vezes. Expliquei-lhe que a "mana" estava em casa e que quando chegássemos ela ir-lhe-ia dar o beijinho de boa noite.
23h50
Chegámos a casa. Ela queria comer e beber água. Dei-lhe alguma coisa, mas pouco.
Dormiu na nossa cama.

Hoje passou por fases.
Houve uma altura (à hora do almoço) que estive quase para ir novamente para o hospital, mas respirei fundo, e acreditei que aquela semi-prostração seria ainda um resquício do dia anterior. Depois as coisas normalizaram.
Amanhã ainda é dia de vigilância.

sábado, 21 de abril de 2012

Assembleia geral

Hoje há nova assembleia geral.






Estou com "os nervos em franja".




Lá vou eu outra vez ser a "estúpida-de-serviço".

terça-feira, 10 de abril de 2012

Cuecas - II

Vamos no sexto dia de cuecas e a coisa vai melhorando.
Ontem no infantário foram sempre à sanita sem acidentes de percurso!

IUPI!

sábado, 7 de abril de 2012

Verdade II

Adeus

Eugénio de Andrade


Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mão à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.

Meto as mãos nas algibeiras
e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro!
Era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.

Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes!
e eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
no tempo em que o teu corpo era um aquário,
no tempo em que os meus olhos
eram peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor...,
já se não passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Cuecas


Hoje decidi que as minhas feijocas iam começar a usar cuecas e largar as fraldas.











Ui! Nada fácil!







I. - 3-0 (3 vezes chichi nas cuecas - 0 vezes de chichi no bacio)
S. - 2-2 (1 vez cocó e 1 vez chichi nas cuecas - 2 vezes chichi no bacio)






É hoje que dou em doida.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Verdade

Com medo do futuro deixamos de viver o presente.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Violência doméstica *


Por muitas batalhas que travemos, por muitas vitórias que conquistemos, por muitos direitos que nos deem, por muita igualdade que possamos possuir, a verdade é que seremos sempre o elo mais fraco no que toca à força física (a menos que tenhamos um treino excelente de artes marciais, defesa pessoal, ou outra coisa qualquer). Quando se parte para a violência física, não há como responder. Caímos sempre.





* A propósito de uma situação que aconteceu ontem, aqui, na minha rua. E eu sem a porcaria do número da polícia para ligar.