quarta-feira, 23 de julho de 2014

Portas, janelas, folhas e vento

Arrumo as folhas por ordem. Aquelas que faltam, estão na memória, sem ser necessário a prova física da sua existência. Carinhosamente as alinho, organizo e disponho mediante o sentir. Fecho todas as portas e janelas à minha volta para que o vento fique lá fora e contemplo a minha obra convicta da perfeição. Mas... e a chave? Onde está a chave das portas e janelas? Subitamente, o receio e a insegurança instalam-se e é impossível acreditar que aquela porta permanecerá fechada. A chave... comi-a, não existe mais... e a porta começa a ranger.

Joana Cato

Sem comentários: